sábado, 12 de janeiro de 2013

LENDA: FERVEDOURO



FERVEDOURO


 No século XVIII, já falavam que o fervedouro, uma nascente de água na periferia da cidade, era mal assombrado, sempre nas noites escuras de tempestade, aparecia um cavaleiro vestido de vaqueiro, aboiando numa rês endiabrada. È uma história que passou a ser parte da lenda folclórica regional.
Quando o prefeito o Sr. Antônio Augusto de Mattos assinou convênio com o DNOCS, para recuperação do sistema de abastecimento de água de Coração de Jesus, a única fonte de água potável era a do fervedouro, uma região muito difícil de mexer, pantanosa e mal assombrada, diziam os moradores locais.
Mas era a única que poderia sanar Coração de Jesus, do problema que tanto afligia, a falta de água. Com a técnica e máquinas apropriadas, foram iniciados os serviços de desmatamento da área, pouco tempo depois, descobriram a nascente que jorravam inocentemente milhares de litros de água pura e invencível, que borbulhava, de uma areia branca e límpida.
Continuando o serviço de retirar materiais orgânicos do fundo, para construção de caixas armazenadoras, veio a primeira surpresa: Quando ao lançar a primeira chaulada de lama para fora, foi encontrado um casco de cavalo, de uma rês e uma armação de uma sela, de ferro, neste momento, foi chamada a atenção do Sr. José Alves de Macedo para o fato. E continuando a limpeza apareceu um par de esporas de alpaca, dois canos de uma garrucha polveira, um punhal com o cabo de prata, e um maxilar inferior de um ser humano. Todas essas peças permaneceram com José Alves de Macedo, até a criação do museu Regional para onde foram doadas.
Talvez uma coincidência, com a lenda que transcrevemos abaixo que fala de um homem...
”Era um dia chuvoso, o céu era riscado por faíscas que iluminavam todo o arraial do SS. Coração de Jesus, os habitantes em suas residências, esperavam o amanhecer. Foi quando ouviam ao longe o boiar de um vaqueiro que tangia uma rês bravia, completamente endemoniada pelos relâmpagos que riscavam o céu, provocando sombras que pareciam espectros esvoaçando pelo ar. As nuvens negras formavam sombras tão horripilantes que assombravam os mochos que piavam nos altos das arvores.A rês no desespero corria alucinada ladeira abaixo, com o vaqueiro no seu encalço. Foi quando não viram mais nada, só um baque infernal, mugidos, relinchos, e gritos infernais, todos os três desapareceram no pântano do Fervedouro. Veio uma calmaria, cessou a tempestade, os relâmpagos, o povo com as janelas entre abertas, olhava o local da tragédia, que tinha calma alucinante. Parecia nunca ter acontecido nada ali naquele pântano negro.

Texto Extraído dos arquivos de Bira Macedo.

3 comentários:

  1. Em breve confira as peças do cavaleiro fantasma, no nosso museu.

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    1. Essas peças estão em poder de Bira Macedo, breve serão expostas no musei da Fundação José Alves de Macedo que será inaugurado até fevereiro de 2013.

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  2. Sempre minha filha vai no Museu e disse que nunca viu essas coisas

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