domingo, 13 de janeiro de 2013

A aventura do JN no Ar na terra de Coração de Jesus (MG)


A aventura do JN no Ar 

na terra de Coração de Jesus (MG)

O JN no Ar comeu muita terra no cerrado seco do norte de Minas Gerais. Tudo começou calmo, chegamos à casa do pesquisador Ubirajara Macedo, conhecido na cidade como Bira. Ele herdou do pai o gosto pela história e até pela pré-história de Coração de Jesus.
Papo vai, papo vem, decidimos conhecer um dos sítios arqueológicos da cidade: uma gruta com pinturas rupestres de milhares de anos. “Fica a uns 20 quilômetros daqui”, cravou Bira, que foi na van do JN no Ar nos guiando.
Pé na estrada de terra e muita conversa sobre fósseis, dinossauros, arqueologia. Bira contou como encontrou um esqueleto de dinossauro que está aos cuidados da USP. Mas nada de chegar à gruta: 20 quilômetros, 30, 40. Nos perdemos. Nosso guia não ia a tal gruta há um ano. Estava confuso. Olhava, olhava e não reconhecia a paisagem.
Perguntamos para um morador que passava. Ele indicou o caminho. Voltamos alguns metros de ré, pegamos outra direção, mas Bira ainda estava atordoado. “Sou cego de um olho e no outro tenho catarata. Vou operar na segunda”, confessou. 
A equipe ficou apreensiva. Precisávamos chegar à propriedade de Seu Zé Branco, a Fazenda Calionguê, onde fica a gruta. Batemos na porta de uma casa no meio do nada: “Oh, de casa!”. Apareceu Lucas, de 14 anos. Para nossa sorte, sobrinho de Zé Branco. Virou mais um passageiro da van e nos guiou pelo caminho certo. Porém, tortuoso. “Aqui só passa trator”, disse, inocente.
A van não conseguia mesmo atravessar as lombadas no terreno acidentado. Todos para fora, calços nas rodas. Agora vai! Ufa, foi. Mais de duas horas e cerca de 60 quilômetros depois chegamos à casa de Zé Branco. “Como vai, tudo bem? Estamos com pouco tempo, precisamos chegar à gruta com as pinturas rupestres”.
Fim de linha para a van. A equipe montou na caçamba da caminhonete de Zé Branco. Não tinha mais estrada, nem de terra. Era pelo meio da vegetação mesmo. Quicando e quicando, segurem-se quem puder. A caminhonete parou, descemos carregando equipamento. E agora? Zé Branco nos guiou até a gruta. Desce barranco, anda sobre as pedras de um leito seco de rio, sobe um pouco mais. Alguém grita: “Achamos!”.
A gruta, finalmente. Mas infelizmente o descaso está destruindo o patrimônio histórico. Pichações pouco valiosas cobrem pinturas de milhares de anos. Bira não esconde a decepção ao ver a gruta que conheceu em 1951. E nos explica. “Calionguê é uma palavra africana, o nome de um pássaro. Significa canto triste”. Triste como a gruta que encontramos.
Fonte: http://g1.globo.com/platb/jnnoar/2010/09/10/a-aventura-do-jn-no-ar-na-terra-de-coracao-de-jesus-mg/

Nenhum comentário:

Postar um comentário