
IMAGEM FONTE: HIGGS, Robert. Dez argumentos para não abolir a escravidão. Disponivel em: http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=681. 10 de maio de 2010. Acessado em: 11/01/2013.
CHORA MENINO
Centenas
de anos se passaram, continua lá, na encosta do morro, a noroeste da cidade,
hoje totalmente traçado por ruas, é o desenvolvimento.
Ontem
um pântano, hoje uma lagoa, represando os ais de uma tragédia do nosso passado.
Foi entupido o canal por onde era escoada a água do pântano. Não existem mais,
a gameleira nem os lírios que exalavam o seu perfume, lembrando a morte de
um inocente.
Brotava
água das raízes de uma gameleira gigante, borbulhava e corria uns cinqüenta
metros e desaparecer nas encostas do morro junto a uma imensa pedra, penetrando
terra adentro, até os corredores de uma gruta que existe sob o morro.
Nos
arredores, morava uma família abastada, com vários escravos, feitores e o
pessoal da casa grande, que trabalhava, ali, na produção de farinha de
mandioca, rapadura e aguardente de cana, a cachaça.
A importância do papel do escravo de ganho para uma nova abordagem da escravidão. Disponível em: http://fabiopestanaramos.blogspot.com.br/2010/12/importancia-do-papel-do-escravo-de.html. Acessado em: 11/01/2013.
Lá
estava também, uma “mulatinha” , dengosa, e sapeca, com sua cor negra, mas
bronzeada pelo sol, lembrando os versos do Rei Salomão, “Sou assim, porque o
sol mudou minha cor”.
A
mulatinha engordava a olhos vistos, desconfiada, traz a moça para dentro de
casa. Nasce o rebento...
Moreninho
de olhos azuis, dito e feito, gritos de ódios e histerias, toma a criança nos
braços, com passadas largas para avistar alguém, vai em direção do pântano, com
um ríspido olhar de ódio, atira o recém-nascido dentro daquele atoleiro sem
fim.
Os
anos passam, e, até hoje, em noites de lua, se você passar por lá, prestar
muita atenção, ainda ouvirá, uma voz suave e trêmula da escrava mãe a cantar:
Chora,
chora meu menino
Filho
de escrava e sinhor
A
sinhá por vingança
No
pântano o afogou.
Não
chora meu filho
Irei
te olhar
A
sinhá é malvada
Não
deixa te buscar.
a lenda do chora menino é uma lenda do bairro Centro?
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